sábado, 24 de abril de 2010

16- Eu tirei uma foto e meu olho mudou de cor.

Não me lembrei de nada depois de beijá-lo, mais pude ter a certeza de que tudo estava como eu sempre desejava. Uma vida perfeita, sim, como se fosse uma salvação de pleno dia pra tarde. Uma vida incrível como a minha eu pudia sim jurar que ninguém teria uma. Era apenas eu, sentada e calada, mais jurando que nada de melhor já aconteceu comigo. É muito bom quando você se sente no topo da montanha sem nada pra fazer - fora olhar pro céu várias vezes, e sorrindo - e de repente na tarde recebe um beijo de seu parceiro. Me sentia uma fada sobrevoando nas nuvens, e sempre abrindo um sorrido. Era tudo maravilhoso.
Acordei. Era muito tarde, e não acreditei que passei a noite - inclusive a tarde - com Jay. Ele sorria para mim, ao meu lado, em uma de suas camas confortáveis. Fechei os olhos, não podia acreditar que era um pouco de tudo positivo. Abri os olhos e me tocava que tudo era verdade, não era ilusão.
- Está na hora de tomar o café, bela adormecida. - ele sorria, olhando para mim com os olhos atordoados e, mesmo assim, os olhos mais lindos do mundo.
- Ainda não, pode ficar mais um pouco? - falei, fechando os olhos.
- Temos que levantar, se não minha mãe joga um balde de água na nossa cara. - em que lugar do mundo uma mãe joga um balde de água no filho e na namorada dele enquanto eles dormem? Sorri.
- Mais quero dormir, Jay. - eu fiquei mimada por uns segundos.
- Temos um logo dia pela frente. - ele acariciava meus cabelos.
- Está bem. - levantei-me, vesti minhas roupas e fui até uma porta.
- Me espere, onde está indo? - virei-me e ele estava de pé, sorrindo.
- Não é a saída do quarto?
- Não, este é meu outro guarda-roupa. - ele riu.
- Ah sim. Desculpe, é que me confundi, vamos? - imaginei eu pagando um mico pior que estes, acho que não tem. Já imaginou confundir um guarda roupa do quarto de seu namorado, a pessoa mais chegada, com a porta de saída? Que mico.
- Sim, me siga.
Fomos até a imensa cozinha da casa dele e sentamos em uma cadeira.
- Olha só ... E não é que os dois pombinhos acordaram? - era Amanda, espantada com o horário.
- Bom dia Amanda. - sorri, olhando para seu rosto perfeito e suas vestes coloridas.
- Bom dia, Jully querida. Acordaram tarde hoje hein?
- É que a pombinha aqui não queria acordar.
- É sim, estou cansada. - sorri.
- Se quiser deitar mais, querida, fique a vontade. A casa é sua.
- Não, obrigada.
Amanda saíu, e eu e Jay comemos. Era uma mesa explêndida, com variados tipos de pães e doces.
- Vamos comer tudo isto? - decidia: eu observava a mesa ou ele? Totalmente espantada.
- Na verdade, não. Isto é também para Eduarda.
- Ah, sim, mais e o sangue humano?
- Não entendi.
- Ela não se alimenta de...
- Ah sim, mais é que você acha que a mamãe vai deichar ela com fome? Jully, ela é a pessoa que minha mãe mais aprecia na casa. Faz tudo por ela.
- Esse sangue é de alguém de fora?
- Sim.
- Onde vamos depois? - peguei um lenço de papel e limpei meu queixo, estava sujo de cafeína.
- Poderiamos ir para algo menos apavorador. - ele deu uma risada.
- Muito engraçadinho. - sorria eu. Não negava de que ele queria me fazer rir.
- Que tal eu tirar uma foto com você?
- Ótimo.
Ele ficou de pé e foi até seu quarto.
Voltou com seu celular.
- Vou te dar um beijinho na foto tá legal?
- Ah, que idiota. - sorria.
- Vamos.
Ele usou uma mão para segurar o celular e se endireitou a mim. Beijei-o. O flash foi totalmente em meus olhos abertos e tortos, e o que imperfeiçou a foto.
- Ficou ruim, a sua cara saíu muito branca. - ele olhou para o celular e tirou rapidamente uma foto minha. - sorria.
Novamente o flash, mais deste não foi o ruim.
- Jully, seus olhos...
- O que tem eles?
- Estão meio...
Corri até a sala e me reparei a um espelho na parede. Meus olhos estavam meio vermelhos.
- Se acalme, olhe os meus... - os olhos dele estavam lilás, e me acalmei um pouco por não ser só os meus.
- Isso sai, é que você abriu muito os olhos.
- Da próxima vez, se eu tirar foto com uma pessoa que não saiba nosso segredo, ficarei mais esperta e fecharei os olhos...
- E melhor nem tirar, e a sombra?
- Ah, mesmo!
- A foto ficou perfeita. Colocarei ela em um blog com o nome namorada linda. - ele levantou os braços, como se estivesse me ligando ao blog.
- Ele irá pegar vírus.
- Não fale isso, você é linda! - tomei o celular dele e apaguei.
- Porque fez isso? Me magoou. - ele fez cara de triste.
Patético.
- Amor da minha vida, não chora. - eu sorria novamente.
- Não estou chorando. To magoado.
Eu concerteza não acreditaria nesse papo. Embora ele fosse mesmo mimado, eu não sou culpada.
- Então, vamos visitar Leslie?
- Agora?
- É, porquê?
- Por que você só vive visitando a Leslie agora?
- Ela é minha melhor amiga, Jay. Acho que sem ela o mundo não faria sentido.
- E eu, aonde fico nessa conversa?
- No fundo de meus olhos e coração.
- Ah, então ai que eu entendi.
- Vamos, por favor.
- Tá, vai lá trocar de roupa que nós vamos.
- Não troxe. Acordei e vesti uma roupa sua ontem a noite.
- Então fique com esta, e vamos.
- Ok.
A parte que eu providenciava a falar de Jay em meus olhos era apenar uma parte de sua vida em mim. Eu peguei minhas coisas que levei, pequenas.
Jay me esperava na porta. Na porta de sua mansão.
- Tive uma idéia, que tal irmos a algum lago pescar?
- Claro, Jay. - ele odiava pescar, isso eu via em seu desaparecido sorriso.
Entrei no carro.
Chegamos na casa de Leslie em poucos minutos e ela estava com Thomas. Ele estava absolutamente bem. Leslie conversava com ele.
- Ei, Leslie! - Jay chamou ela por frente de sua casa.
- Ah, oi Jay, estavamos falando de visitar você.
- Vim perguntar se estão afim de pescar.
- Aonde? - Tom veio com clareza até Jay.
- Em algum lago fora da cidade. - disse Jay.
- Claro. - sorria Leslie. Ela estava tão feliz como em alguma última vez que sorriu para mim. Alguma coisa alegrou ela esta manhã.
- Vou arrumar minhas coisas. - falou Leslie.
- Vou com ela. - Tom seguia Leslie, enquanto eu percebia a felicidade de Leslie em seu andar. Olhei em suas mãos rosadas, consegui ver pouco, mais vi algum anel brilhando. Era isso, bom, talvez.
Chegaram e Leslie sentou atrás. Tom estava arrumando uma vara de pescar velha.
- Ei, Jay, estou precisando de uma mãozinha.
- Estou indo.
Jay foi, enquanto eu já fui puchando papo com Leslie.
- Amiga, percebi sua felicidade.
- Percebeu? Eu estou nas nuvens com Tom!
- Será que foi esse anel platinado em seu dedo indicador?
- É, foi.
Esperei ela falar algo.
- Ele me deu ontem, a noite. Eu estava deitada em seu colo macio quando ele me matou de susto perguntando se eu queria casar com ele. Um casamento jovem.
- Quantos anos você tem, Leslie? Nem o Jay me deu um. - fingi choramingar, enquanto ela ria.
- Tenho a mesma que a sua, quinze anos.
- Não era 16?
- Não, quem disse?
- Você, se eu não me lembro.
- Hum. Então falei errado, tenho quinze, faço dezesseis no mês que vem.
- Me lembrei de uma coisa!
- O quê?
- As aulas vão começar esta semana, não é?
- Sim.
- Jay fara aniverssário um dia antes das aulas. O que iremos fazer?
- Tenho que falar com Tom. Vamos planejar uma festa surpresa.
- Ótimo. Balada?
- É bom, conheçi Jay esses dias mais sei que ele vai gostar dessa balada.
- Tenho uma idéia perfeita. Foi inaugurada a balada PROSHOWSOUND aqui, perto da casa de Tomas.
- Paga?
- Não precisa, minha mãe é amiga da dona de lá.
- Sério? Estou lá.
- Dia 3, se lembra viu.
Estava faltando somente uns 8 dias para o aniverssário de Jay, ou a festa. Ele estava completamente sem saber o que iamos fazer, tenho certeza de que não desconfiou.

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