sábado, 24 de abril de 2010

22- Um passeio no fim da tarde.

Era limpo e preservado, mais estava totalmente lotado.
- Vamos assim mesmo?
- É o único geito. Todos os outros parques estão lotados.
Este era um dos vinte parques em que pagava para entrar, na capital. Eram cinco contos por pessoa para entrar. Malícia.
- Caramba aqui venta muito. - Jay falou, olhando para uma mesa de garrafa enorme. - Deve ser que é refrescante.
- Desde quando na capital um local de visitas pode ser refrescante, Jay?
- Desde agora.
- Nossa, que rápido. - sorri elegantemente, olhando novamente nos olhos de Jay. Tão claros quanto água do mar. Mas escuro quando se refere a mim. Eram perfeitos seus olhos, radiantes.
- Muita gente nesse local, vamos para a trilha! - Leslie pulava alto.
- Nem vai ter graça, só porque hoje está sol, quente de mais para falar a verdade, todo mundo vai para essa trilha. - Jay disse, e com certeza.
- Ai Jay, bobão, para com isso e vamos logo, eu duvido que esteja tão lotado. - ela duvidava muito.
Caminhada longa até a trilha, e é porque a trilha também é enorme, cerca de uns 7km. Muito para mim, é claro. O pior é que era cheio de mato, insetos e luz do sol batendo nas copas de árvores, que é claro, clareava em mim.
Entramos, e não estava tão lotado como Jay citou. Não no ínicio.
- Jully, eu posso ficar invísil a luz do sol, fica na minha frente? - ele sussurou para mim.
- Fico, sim. A Leslie sabe, só os visitantes, não é?
- Sim.
Pedi para Leslie cobrir ele.
- Caramba, olha o tamanho das árvores, Jully! - Leslie se orgulhava, olhando para cima.
- É, eu vi. Já veio aqui Leslie? - imaginei o orgulho dela.
- Sim, mais faz uns nove anos.
- E o quê aconteceu para você gostar tanto assim, menina?
- Bom, foi aqui que conheçi Dav.
- Mais ele não é seu irmão? - perguntei, tentando ao menos adivinhar o que era isto.
- É, família, mais e caso que eu nunca tinha visto ele, minha mãe não apresentou. Morava com meu pai.
- Nossa.
- É, eu sei todos falam isso, mais é tão esquisito. Não tem nada de ''uau'' na novidade.
- Por isso mesmo. - caí na risada, Jay e Tom se mataram de rir.
Minutos depois, no meio da trilha que parecia sem saída, Leslie parou. Mais devagar.
- Isso é uma rasteira? - ela olhou para meus sapatinhos. Novamente caminhou.
- Muito não, chamo de tamanquinho, só.
- Bom, mais pra mim, tá lindinho. Qual o número?
- Trinta e sete. - era um pezão daqueles.
- Caracas! Você tem pés, heim minha filha? - feito uma palhaça, ela ria. Eu ri igual.
- Sim, mãe, dois. - sorri.
A trilha mal começava, e Jay já com a garrafa de água na boca. Era bastante sol e sem uma sequer nuvem. Por onde andávamos, só tinha um casal e nossa turma. Um casal abraçado, mais sequentemente, tem agora dois. Dois casados.
Eu e Jay se abraçamos, Leslie e Tom, que ficou calado, ficaram agarrados pela cintura de cada um.
- Amor, se pudesse ganhar três desejos, o que seria?
- No primeiro, desejaria ter você pra sempre. - sempre, para sempre. - Segundo, desejaria que Leslie ficasse com Tom pra sempre. - os amigos estão na lista em segundo, é claro. - fiz uma pausa.
- E por último? - ele apertou minha barriga, fazendo me parar, com apenas uma mão. Encostou seu rosto no meu.
- Um beijo.
E esse era um desejo realizado.
- O primeiro sei que vai se realizar.
- E o segundo depende de Leslie.
- É, mais no meio, se eu estiver, e o desejo for legal, se realiza, é claro.
- Eu sei.
Novamente se realizou meu pedido.
- Eu só pedi uma vez.
- Desculpe, é que me empolgo fácil.
- Isso já me aconteçeu.
- Decorei desde aquele dia...
- Obrigada.
Estavamos a mais ou menos uns vinte metros perto da saída, e que estava já lotado, as pessoas sentadas e conversando, na calçada.
- Eu disse que ía lotar. - Jay olhou para Leslie, desafiando-a.
- Sim, mais não disse que os que lotaram iriam sentar, então não valeu. - Leslie deu língua.
- Será possível, essa guri faz tudo nos mínimos detalhes? - Jay olhou para mim. - Como você aguenta essa criatura? - ele olhou com uma cara de besta, mais sorriu depois.
- Ela é uma amiga e taaaanto se você não sabe. - falei, com um sorrisão quase vísivel para todos. - É porque você não convive com ela o dia todo.
- Como se eu fosse você, ha! - ele sorriu com Tom.
- Isso mesmo, delinquente. - eu fiz cara de ofendida.
- Poxa, obrigado.
- De nada, vamos Leslie. - juntei meu braço ao de Leslie e saí, para fazer raiva, rebolei.
- Aonde estão indo? - ele gritou.
- À algum lugar em que não conviva com Leslie.
- Ei, eu só tava brincando, esperem. - ele correu e puxou meu braço. - Vocês são assim mesmo ou só bagunçando?
- Os dois. Agora dá pra soltar meu braço, queridinho? - olhei séria para ele, mais no fundo morri de rir, da conta.
- Eu sei que gostou, senti. - soltou, mais me seguiu.
- Até parece. - eu ri.
Ainda na trilha, sem a garrafa de água, porque o Jay acabou com a nossa média garrafa, paramos um pouco.
- Nossa, eu devo ter perdido uns cinco kg, só nessa caminhada doida. - eu anunciei.
- E eu, que sô forte, devo estar pesando uns 60 kg. - Jay brincou.
- Quanto você pesa? - perguntei, mais ou menos na dúvida.
- 71. Mais não é pela gordura não viu? É que eu sou fortão e alguns musculos são pesados.
- Sei disso. Você só anda comendo pizza e fritas. E é verdade, só essa semana que você almoçou lá em casa foram dois pacotes de biscoito recheado. - falei.
- Mentira, a Leslie me ajudou a acabar. - ele apontou para o nariz de Leslie.
- Mais você comeu. - imaginei um vídeo de minha cantora preferida.
Ele e etc fizeram uma pausa de vários minutos até que nos levantamos e criamos coragem.
- Está perto, que chegar primeiro ganha alguma coisa. - Tom falou, a primeira coisa que ele disse hoje.
- Até que enfim, pensei que o gato tivesse comido sua língua. - Leslie sorriu.
Correram, menos eu. Eu nunca corria demais. Jay não me esperou.
- Perdão, você é a Jully? - uma menina me cutucou, na trilha clara.
- Sim. - olhei para ela, um rosto conhecido.
- Ah! Geovanna, vem cá! - ela gritou alto.
Eu me lembrava de uma Geovanna, que estudou comigo no ano passado. Eramos melhores amigas.
- Lembra de mim? A prima da Gih? Que até fizemos aniverssários juntas? Meu nome é... - eu interroguei.
- Eu lembro, você é a Mila? - sorri, e seu nome era Camila, mais eu a chamava assim.
- Sim, que saudades! - ela me deu um abraço forte.
- Ai que legal, você sumiu heim? - Camila sorria, seus dentes totalmente e surprendentemente brancos.
- Pois é. A Gih tava morrendo de saudades!
- E o que fazia por aqui?
- Passeando com o namorado da Gih e ela, claro. - sorria.
- O Pedro?
- Não, brigaram por causa de traição, o menino se chama Dav, pareçe. - ela olhou para trás.
- Dav? Ele tem irmã? - eu perguntei, imaginando o Dav.
- Sim, Leslie. - era ele.
- Ai que máximo! - sorri.
- Jully? - Gih gritou e correu.
- Ai Gih, que saudade! - abraçei ela.
- Também menina, onde se meteu? - ela sorria, linda.
- Apaixonada. E com uma amiga nova, sabe quem é? - eu me comprometi a perguntar isso.
- Não...
- Sua cunhada! - eu ri.
- Leslie? Cadê ela? - Gih procurou pelo olhar.
- Lá na frente. - apontei.
- Nem acredito! Familiares! Você tá grande. E clareou o cabelo? - ela pegou meu cabelo.
- Foi, mais não conta pra ninguém. - sussurei.
- Como você disse, apaixonada, quem é? - ela sorriu.
- Jay, namorado.
- Não conheço. Mais hein, me liga qualquer dia amiga!
- Claro, perdi seu número, mais passa o novo.
- Ok. Eu tenho o seu, é que meu número é novo, mais meu caderninho tem seu número, começa com 99?
- Sim.
- Então eu te ligo amore! Saudades.
- E você com Dav heim?
- Pois é, ele é maior gato, amor a primeira vista, nos conheçemos mês passado.
- Só um mês de namoro?
- É. Ei eu tenho que ir... É que a Mila tava correndo porquê eu fiquei com Dav frescando lá atrás, e nós estavamos atrasadas para a aula de ginástica de hoje.
- Epa, Juliete? - Dav agarrou Gih.
- Ah, oi Dav. - sorri, sempre.
- Você conheçe minha gatinha? - ele apertou a cintura da Gih, e beijou ela.
- Sim, estudei com ela.
- Que legal. - ele sorriu. - Amor temos que ir estamos atrados.
- Bom Jully, nos vemos depois viu? - ela me abraçou e deu um beijo no meu rosto. - Usando Petit heim? Tchau. - ela correu.
- Tchau, Jully querida. - Mila me deu um abraço e correu.
Caminhei e cheguei na porta.

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